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Professora de química que gosta de utilizar as Tecnologias de Informação e Comincação como ferramenta pedagógica.

domingo, 10 de outubro de 2010

O ABC das emoções

O ABC dos sentimentos

As descobertas da neurociência sobre a química das emoções mostram como elas são fundamentais também para as decisões movidas pela razão

Naiara Magalhães
Setembro de 1848, arredores da cidade de Cavendish, nos Estados Unidos. Aos 25 anos, o capataz Phineas Gage era o responsável pelo assentamento dos trilhos da principal estrada de ferro do estado de Vermont. Sob seu comando, os operários dedicavam-se a explodir as rochas que se encontravam no meio do traçado da ferrovia. Numa tarde de muito calor, por volta das 4 e meia, uma detonação malsucedida poria Gage, um rapaz atlético, de 1,70 metro de altura, num lugar de destaque na história da medicina. Ele seria personagem do mais notório e bem documentado caso de que as emoções têm base física no cérebro e são imprescindíveis para o exercício da razão. Com a explosão, uma barra de ferro com aproximadamente 6 quilos, 1 metro de comprimento e 3 centímetros de diâmetro entrou pela bochecha esquerda do jovem, trespassou-lhe a base do crânio e saiu pelo topo da cabeça. Arremessado a mais de 30 metros de distância, ele sofreu algumas convulsões, mas, logo depois, já caminhava, falava e conseguia manter-se coerente. Depois do acidente, no entanto, sua personalidade mudou, comprometendo inclusive sua capacidade de tomar decisões. O até então responsável e gentil Gage tornou-se mentiroso, inconveniente, arrogante, insensível e antissocial. Ele perdera “a capacidade de antecipar o futuro e de elaborar planos de acordo com essa antecipação no contexto de um ambiente social complexo”, conforme definiu o neurocientista português António Damásio, no livro O Erro de Descartes - Emoção, Razão e o Cérebro Humano (editora Companhia das Letras). Impossibilitado de trabalhar, restou-lhe virar atração de circo: em suas apresentações, Gage exibia com orgulho a ferida na cabeça e a barra de ferro que havia lhe perfurado. Ele morreu aos 38 anos, em 1861, depois de uma série de convulsões.

Para ver o texto completo leia o  O ABC das Emoções, publicado na revista VEJA, edição 2184.

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