É de Einstein a frase: “A ciência sem religião é manca, a religião sem a ciência é cega”. Com isso queria dizer que a ciência levada até a sua exaustão termina no mistério que produz assombro e encantamento, experiência típica das religiões. A religião que não se abre a este mistério das ciências deixa de se enriquecer, tende a se fechar em seus dogmas e por isso fica cega. A ciência se propõe explicar como existem as coisas. A religião se deixa extasiar pelo fato de que as coisas existem. O que é a matemática para o cientista é a oração para o religioso. O físico busca a matéria até a sua última divisão possível, os topquarks, chega aos campos energéticos e ao vácuo quântico. O religioso capta uma energia inefável, difusa em todas as coisas, até em sua suprema pureza em Deus.
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Num “momento” de sua plenitude, Deus decide criar um espelho no qual pudesse ver a si mesmo. Cria aquele pontozinho, bilionesimamente menor que um átomo. Um fluxo incomensurável de energia é transferido para dentro dele. Aí estão todas as possibilidades. Potencialmente todos nós estávamos lá, juntos. De repente, tudo se inflacionou e depois explodiu. Surgiu o universo em expansão. O Big Bang, mais que um ponto de partida, é um ponto de instabilidade que, no afã de criar estabilidade, gera unidades e ordens cada vez mais complexas, como a vida e a nossa consciência.
O Princípio de auto-organização do universo está agindo em cada parte e no todo. Neste universo tudo tem a ver com tudo, formando uma incomensurável rede de relações. Deus é a palavra que as religiões encontraram para esse Princípio, tirando-o do anonimato e inserindo-o na consciência. Para defini-lo não há palavras. Por isso é melhor calar do que falar. Mas se tudo é relação, então não é contraditório pensar que Deus seja também uma relação infinita e uma suprema comunhão.
(Leonardo Boff, teólogo, escritor e professor universitário, expoente da Teologia da Libertação; texto adaptado de um artigo)
Fonte: Toque de Motivação
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Num “momento” de sua plenitude, Deus decide criar um espelho no qual pudesse ver a si mesmo. Cria aquele pontozinho, bilionesimamente menor que um átomo. Um fluxo incomensurável de energia é transferido para dentro dele. Aí estão todas as possibilidades. Potencialmente todos nós estávamos lá, juntos. De repente, tudo se inflacionou e depois explodiu. Surgiu o universo em expansão. O Big Bang, mais que um ponto de partida, é um ponto de instabilidade que, no afã de criar estabilidade, gera unidades e ordens cada vez mais complexas, como a vida e a nossa consciência.
O Princípio de auto-organização do universo está agindo em cada parte e no todo. Neste universo tudo tem a ver com tudo, formando uma incomensurável rede de relações. Deus é a palavra que as religiões encontraram para esse Princípio, tirando-o do anonimato e inserindo-o na consciência. Para defini-lo não há palavras. Por isso é melhor calar do que falar. Mas se tudo é relação, então não é contraditório pensar que Deus seja também uma relação infinita e uma suprema comunhão.
(Leonardo Boff, teólogo, escritor e professor universitário, expoente da Teologia da Libertação; texto adaptado de um artigo)
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