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Salvador, Bahia, Brazil
Professora de química que gosta de utilizar as Tecnologias de Informação e Comincação como ferramenta pedagógica.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Café

Não há como negar: um bom cafezinho é o que há, seja pela manhã, acompanhado de um pão francês quentinho, ou mesmo depois do almoço, para dar aquela sacudida antes de retomar o trabalho. No frio, então, nem se fala! Mais do que sabor, café é, ainda, sinônimo de puro charme. Como não pensar nos famosos cafés parisienses e nos aconchegantes cafés italianos que vemos nos filmes? "Andiamo prendere un café" - vamos tomar um café! - é o convite mais feito e aceito na bela Itália. Ainda assim, mais brasileiro do que o pretinho não há! Lá está ele em todos os momentos do dia, exalando um aroma gostoso e convidativo. Pois é, mas durante muito tempo o nosso cafezinho ficou associado a idéias negativas, como dependência, agitação e azia. O fato, porém, é que a bebida traz muitos benefícios para a saúde. E é uma delícia! Como 24 de maio é o dia dele, Dia Nacional do Café, oferecemos esta matéria, para você ler enquanto saboreia o seu cafezinho....

Até o século XVIII, o café era prescrito como medicamento e vendido em farmácias, mas até chegar lá passou por proibição até do papa e, pasmem... das mulheres, com direito a "Petição das Mulheres contra o Café", lutando contra os maridos que deixassem as amadas de lado por uma xícara da bebida. Foi então que tudo mudou: o papa percebeu que ficava mais alerta e bem disposto para orar sempre que tomava café e passou, então, a recomendá-lo a todos os fiéis.

“O café não é originário do Brasil, mas somos o maior produtor. Uma em cada três xícaras de café que se consome no mundo é do Brasil”

Chega de blá, blá, blá

Tomado na quantidade certa, ao contrário do que reza a lenda, a bebida não faz mal. Faz, aliás, um bem danado! "O que é ruim, assim como tudo na vida, é o excesso", afirma o Dr. Darcy Lima, professor do Instituto de Neurologia da UFRJ e coordenador científico do projeto "Café e Saúde". E completa: "O café sofre um preconceito injusto. Ele é um fruto - e como um fruto pode não ser saudável?", indaga. Mas não correm boatos de que o café, por exemplo, aumenta o colesterol? O doutor esclarece: "Sim, de fato, mas a taxa de aumento é desprezível, de 1% a 2%, não entrando nem nas estatísticas de causa de mortalidade".

Segundo ele, o café é contra-indicado apenas para quem já tem determinados problemas de saúde, como gastrite e hipertensão. "Café não é remédio, mas, para quem é saudável, ajuda a prevenir uma série de doenças, como a depressão, o mal de Alzheimer e o mal de Parkinson. Nenhuma outra bebida faz isso por nós", revela. Ele afirma, ainda, que, segundo estudos científicos, ficou comprovado que os jovens de até 10 anos com o hábito de beber café têm melhor rendimento na escola e menor chance de sofrer com o alcoolismo e obesidade.

As verdades

Além da cafeína, que estimula o sistema nervoso, mantendo a pessoa atenta, ativa e ágil, o café contém, ainda, muitas outras substâncias que são altamente benéficas para o organismo, como minerais, vitaminas, aminoácidos e os celebrities da vez: os poderosos antioxidantes. Não é de se estranhar, portanto, que o café oferece muito mais para a saúde do que se imagina! Graças às substâncias que combatem os radicais livres, é possível retardar o envelhecimento e prevenir doenças como o câncer, diabetes, doenças cardíacas e doenças degenerativas do cérebro. O café ajuda até a emagrecer! "Ele reduz a sensação de fome", explica a nutricionista Anita Sachs. E tem zero caloria!

Para surtir efeito, os especialistas costumam indicar, para os adultos, de duas a quatro xícaras por dia, enquanto que, para as crianças, o consumo deve ser um pouco mais reduzido, mas nunca cortado: três xícaras por dia é uma boa média. Segundo Anita Sachs, o café deve ser misturado ao leite antes de ser servido aos pequenos. "Torna-se ainda mais nutritivo", ensina. Mas é preciso aliar a bebida a outros hábitos saudáveis, como atividades físicas regulares e uma dieta balanceada.

Um estilo de vida

Aqui no Brasil não tem chá das cinco, como na Inglaterra, mas toda vez que queremos agradar a visita, cafeteiras a postos, e logo sai um café fresquinho. Em 2006, segundo a pesquisa da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), 94% dos entrevistados se declararam consumidores de café. Não é à toa que as cafeterias estão invadindo cada vez mais a terra brasilis, trazendo uma explosão de novos sabores. Os brasileiros, por sua vez, estão ficando cada vez mais seduzidos e imersos no universo encantador da degustação de café.

Nada mais justo! "O café não é originário do Brasil, mas somos o maior produtor. Uma em cada três xícaras de café que se consome no mundo é do Brasil", afirma o barista Emilio Rodrigues, da Abissinia Casa do Barista, no Rio, que ministrará curso, na França, aos candidatos do Campeonato Francês de Baristas. Mas, segundo ele, apenas no final dos anos 90, com o acesso dos brasileiros aos chamados cafés gourmets, de alta qualidade, passamos a entrar em contato com a alta cepa do pretinho.

Preparo e degustação

A escolha do grão é tudo na hora de preparar um bom café. "O ideal é que ele seja moído minutos antes da degustação, quando os óleos ainda estão retidos nos grãos", explica Emilio. O expresso, por exemplo, quando bem feito, oferece o auge de qualidade do café, revelando todos os seus aromas, textura e sabor. Alguns especialistas dizem, ainda, que o expresso é o equilíbrio perfeito entre doce e amargo.

Doce? Pois é, café amargo, que nada! O café de alta qualidade tem açúcar próprio do fruto e não precisa nem ser adoçado! "Nós, brasileiros, temos mania de colocar açúcar em tudo", critica Emilio, "mas todos deveriam experimentar o café de alta qualidade sem açúcar", convida - "é uma questão de condicionamento do paladar". E não engorda!

Mas qual será esse café especial que nem de açúcar precisa? Não é mito nem lenda. Na verdade, existem dois tipos de planta que dão origem ao café: arábica e robusta. A arábica é a mais nobre e preserva os aromas e nuances de sabor. Já a robusta é o de qualidade inferior - e a mais usada. Ela tem mais cafeína, é mais escura e amarga. Por isso, Emilio recomenda a compra do café 100% arábico. "Procure comprar pacotes pequenos, para serem consumidos rapidamente", aconselha. Ele explica que um dos inimigos do café é o oxigênio. "Se ele ficar muito exposto ao ar, vai perdendo seus óleos essenciais e sua qualidade", diz. Portanto, procure o embalado a vácuo e, para armazenar o café depois de aberto, deixe-o na embalagem de loja e guarde-a num pote bem vedado, em local seco e sem luz.

Na hora do preparo, certifique-se de que a água não ferva: ela deve permanecer em torno de 90ºC. Mas lembre-se: xícaras, garrafa térmica, filtro - tudo deve ser pré-aquecido para conservar por mais tempo o sabor do pretinho. Aliás, pretinho não, marrom. "Essa é a cor do café de qualidade", explica Emilio. E se for expresso, preste atenção no creme que se forma na superfície: ele deve ser cor de amêndoa, homogêneo e sem bolhas.

Assim como um bom vinho, o café, além de oferecer muito à saúde, também deve agradar ao espírito. Ao paladar, ele deve transmitir a sensação de equilíbrio entre doçura, amargor, acidez e suavidade. O aroma deve trazer lembranças agradáveis, conforto e deve emocionar. "No nosso cérebro, é o sistema límbico que percebe o cheiro e guarda a lembrança, além de transmitir as emoções", revela Emilio Rodrigues. Se o aroma ativar esse sistema, tem-se a combinação perfeita e voilà o bom café.

Fonte: http://msn.bolsademulher.com/corpo/especial_cafe-8483.html

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