Vencedor na modalidade Popularização da Ciência, pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), o projeto Escola Participativa vem despertando o interesse de estudantes do Colégio Presidente Emílio Garrastazu Médici para a pesquisa científica. Idealizadora do trabalho, a professora de Biologia Simone Maria Teixeira dos Santos ressalta que a proposta busca promover uma aproximação maior de alunos de ensino médio com o fazer ciência, visando, assim, ao fortalecimento do conhecimento dos futuros universitários.
Os temas são construídos a partir dos questionamentos feitos no seu meio ambiente, através das visitas de campo, que incluem observação e coletas de dados. O projeto envolve 43 alunos do 2º ano, que têm liberdade de optar por um tema a ser trabalhado, dentro de um contexto científico. Os resultados obtidos deverão ser apresentados sob forma de plano de pesquisa, de folheto explicativo e de vídeo, para compor num jornal a ser divulgado na comunidade escolar.
"É preciso haver um canal de comunicação entre o ensino médio e a universidade, para tornar os estudantes mais participativos nos problemas sociais do meio em que vivem. Professor não é tela de TV ou de computador que traz informações. Seu papel é o de instigar o aluno na aplicação do conhecimento", considera a bióloga Simone dos Santos que, junto à professora Sheila Araújo, é responsável pela execução do projeto.
Dentro desse princípio, os estudantes aproveitam as representações sociais e suas vivências para colocar em prática os conhecimentos teóricos adquiridos. Assim, de acordo com a professora, são prestigiadas as ações que estimulam a construção de hipóteses através da interpretação de fatos e da elaboração de projetos de pesquisa dentro das normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Descobertas - "Está sendo muito legal participar desse projeto. Estamos descobrindo as ciências, tendo uma outra imagem do que é ser cientista", considera a estudante Lorena Caroline Barbosa Mascarenhas, 16 anos. Seu colega, Joalisson de Andrade Silva, 15, também se mostra empolgado.
"Mesmo que não venhamos a ser cientistas, esse projeto está nos ajudando a descobrir o que é ciência e a importância de nos aprofundarmos nos conhecimentos. Essa oportunidade está sendo muito interessante na minha vida e vai me ajudar quando eu entrar na universidade". Cada disciplina fica com a responsabilidade de contribuir com o desenvolvimento da investigação científica idealizada pelos estudantes. Para isso, são realizadas oficinas de metodologia científica.
A expectativa do diretor do Colégio Garrastazu Médici, Luciano de Oliveira Costa, que assume a coordenação geral do projeto, é que, até o final do programa, os estudantes tenham adquirido conhecimento da prática e da metodologia da pesquisa científica. A importância do projeto tem o reconhecimento até do meio acadêmico. "O professor Ramon dos Santos El-Bachá, do Departamento de Neurociências, da Universidade Federal da Bahia), que também promoveu um projeto de popularização da ciência, ficou encantado com nosso trabalho", orgulha-se a professora Simone dos Santos.
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